CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma parasitose muito conhecida no Brasil, que é transmitida pelo contato com água doce contaminada, associada a presença de caramujos, é a esquistossomose, popularmente conhecida como barriga d’água, xitose ou mal do caramujo. A esquistossomose é uma doença parasitária aguda e crônica causada trematódeo Schistosoma mansoni (S. mansoni), que possui como hospedeiro intermediário caramujos do gênero Biomphalaria, principalmente a espécie Biomphalaria glabrata, possuindo como principal hospedeiro definitivo, o homem (NEVES, 2022). Nos países em desenvolvimento, representa um dos principais riscos à saúde das populações rurais e das periferias das cidades, ocupando o segundo lugar depois da malária, por sua importância e repercussão socioeconômica. No Brasil, a parasitose está presente em 19 estados, sendo as regiões Nordeste e Sudeste as mais afetadas, colocando aproximadamente 1,5 milhões de pessoas em área de risco de contrair a doença. Apesar da redução de sua prevalência em nível nacional nos últimos anos, ainda provoca um número expressivo de formas graves e óbitos (BRASIL, 2024).
Como a esquistossomose pode apresentar diferentes formas clínicas, se assemelhando a outras doenças, os exames laboratoriais são importantes ferramentas de diagnóstico, principalmente o exame parasitológico de fezes para encontro dos ovos do parasito. A identificação dos ovos de S. mansoni pode ser realizada associando seu tamanho, presença ou não de miracídio interno, e principalmente, pela presença do espículo lateral voltado para trás (NEVES, 2022).